quarta-feira, 4 de junho de 2008

Lavagem cerebral

Por Jaime Francisco de Moura

Para entender o método didático que é usado em muitas seitas e também pelos protestantes, temos que entender bem o que é “lavagem cerebral”.
A lavagem cerebral, também dita “Estupro da Mente” ou “Reeducação Ideológica” professa em três etapas diferentes:
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1) Colapso forçado ou “Descondicionamento”: Trata-se de romper os laços do indivíduo com seu passado ou de apagar tudo o que possa prender ao seu berço e as suas origens.

2) Submissão e identificação: Depois do colapso, estimula-se a simpatia da vítima com o pastor, o missionário etc. Este aparece como o seu grande benfeitor e libertador, que o emancipa de um passado tenebroso e lhe oferece a oportunidade de levar uma vida nova e autêntica. A vítima passa a adotar o modo de pensar e agir do mesmo; torna-se um aparelho pronto para funcionar segundo os desejos do seu manipulador.

3) Recondicionamento: Explorando a situação, o Reeducador “Reconstrói” a mente da vítima segundo a ideologia que ele professa. O homem assim “Reeducado” ou Robotizado” se torna incapaz de distinguir seu modo de pensar original das concepções que lhe são impostas.

Podemos dizer ainda que a programação do indivíduo incutida por muitos grupos consiste em enviar sugestões à mente dos seus adeptos de maneira constante, até aniquilar a capacidade de pensar dessas pessoas; apagam em suas vítimas a faculdade de discernir, tornam-lhes impossível as livres opções. As técnicas desses grupos religiosos são semelhantes às da juventude de Hitler e às dos Chineses dados à reeducação.
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Não podemos esquecer que a lavagem cerebral explora certos instintos espontâneos do psiquismo humano, canalizando-os na direção do objetivo visado. Assim:

A) O instinto de conservação. A fim de conservar a sua própria existência, a vítima pode ceder a táticas totalmente estranhas à sua educação de berço.

B) O instinto gregário. O senso social do ser humano é um valor, já que ninguém se realiza senão na sociedade. Todavia esse senso pode ser distorcido na direção da gregariedade, ou seja, de seguir o grupo incondicionalmente ou de agrupar-se de maneira cega para não parecer diferente.

C) Instinto de predomínio. Há no ser humano uma tendência inata a dominar e comandar em posições de prestígio. Ora, essa tendência também é explorada pelos agentes da lavagem cerebral, que sabem desenvolvê-la como uma forma de condicionamento.

D) Conflitos emocionais. O processo de “reeducação” também excita os brios do “reeducando”, convencendo-o de que cometeu culpas graves... Esta convicção leva a vítima a aviltar-se, castigar-se e aceitar a condenação; aqueles que condenam, vêm a ser os seus “verdadeiros amigos e mestres”.

Além de explorar instintos naturais da pessoa humana, os agentes da lavagem cerebral recorrem a táticas que amedrontam, e a seu modo, condicionam a vítima.
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O pesquisador Italiano Michele C. Del RE realizou longos e aprofundados estudo. Em seu livro, põe em evidência as suas peculiaridades. Uma nota freqüente desse percurso é o uso de táticas de coação (sob rótulos piedosos) para fazer adeptos. A sociedade de hoje talvez não tenha noção exata de quanto esse procedimento está em voga. O livro apresenta numerosos casos de lavagem cerebral exercidos nos novos movimentos religiosos.

O Protestantismo no Brasil

Distingue-se, na multidão de denominações protestantes, o conjunto das igrejas ditas “históricas”, fundadas no século XVI (Luteranismo, Calvinismo, Anglicanismo...) e o grande número de correntes oriundas nos séculos XIX E XX (Mórmons Testemunhas de Jeová, e pentecostais diversos). Aquelas são mais tranqüilas, ao passo que estas são fortemente proselitistas e fanáticas. No Brasil, porém, observa que o protestantismo, em geral, em que se vai tornando popular, se torna cada vez mais agressivo em relação à Igreja Católica. Existe até um plano de estratégicas dito “Amanhecer” para tornar a América Latina um Continente Protestante dentro de poucos anos.
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Há a tentativa de tomar de assaltos as comunidades Católicas e seus membros incaucos; para tanto, são utilizados procedimentos semelhantes aos que caracterizam a lavagem cerebral “ ideológica e a doutrinação sectária” , procedimentos atrás expostos. Com efeito, registra-se:

1) Forte campanha para desarraigar os Católicos das suas origens religiosas, levando-os a romper os vínculos com sua comunidade. Esta etapa compreende violentas campanhas de difamação do Catolicismo, campanhas de teor superficial, às vezes com base em mentiras, calúnias, notícias imprecisas... Tem-se a impressão de que os arautos do protestantismo repetem “chavões” sem saber justificar o que dizem; chavões interessam porque são agressivos, não porque sejam verídicos. Assim o Católico aprende a perder o amor á Santa Igreja Católica, a única que Cristo fundou.

2) Ao mesmo tempo os pregadores protestantes se apresentam como autênticos mestres, os únicos que conhecem a Bíblia e a podem explicar, São os “libertadores” da população Católica. As explicações da Bíblia que eles oferecem, são freqüentemente primárias, subjetivas, muito distante do sentido do texto Sagrado, que foi originariamente escrito em Hebraico, Aramaico ou Grego, e não em Português ou Inglês. Assim pretendem ganhar a simpatia e a amizade dos Católicos. Tocam fibras sentimentais e afetivas muito mais do que a inteligência, a lógica, a veracidade... Não raro cativam pela assistência que prestam no campo da saúde, da economia, do emprego..., atitudes estas que não raro atenuam ou apagam o senso crítico da pessoa beneficiada.

3) Aos poucos vai se modelando uma “reeducação” do crente, muito mais afetiva do que intelectual baseada em preconceitos não fundamentados. Certas palavras assumem enorme capacidade de impressionar e marcar... a veneração ( que maldosamente é dita “adoração” ) de imagens, Mariolatria, Papolatria...

A desprogramação do crente fanático é muito difícil por causa dos preconceitos que lhes foram incutidos. Acontecem, porém, casos em que as pessoas verificam ser vítimas de abusos e manipulações e reagem, se conservam um pouco de senso crítico. As vezes, porém o esgotamento físico e moral dos crentes é tal que se deixam subjugar indefinidamente pelos seu “pastores carismáticos”; querem “acreditar” nestes mestres, porque não sabem mais em quem ou em que acreditar.
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Tal é a situação em que se vê a sociedade, no Brasil, do ponto de vista religioso. É uma alerta muito veemente aos fiéis Católicos para que tomem consciência do significado da verdade da fé, estudem o seu Credo (para tanto servirá, de modo excelente, o Catecismo da Igreja Católica) e procurem viver generosamente a sua vocação Cristã dentro da única Igreja que Jesus fundou e entregou a Pedro e seus sucessores.

História dos “Evangélicos” (Protestantes):


do ano 33 até o ano 1600
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Saudações, meu irmão.
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Por evangélicos se entende geralmente aqueles grupos e igrejas que se auto-intitulam assim. Suas crenças principais são:
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a) A salvação provém unicamente da fé.
b) A Bíblia é a única regra de fé.
c) Não se deve pedir a intercessão dos santos nem da Virgem.
d) O papa é uma invenção em que não se deve acreditar.
e) Os evangélicos são os verdadeiros cristãos.
f) Os sacramentos não servem para nada.
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Pois bem. Aqui aprenderemos qual é a origem histórica dessas igrejas, oferecendo assim uma resposta bem direta à sua questão. Conhecer a origem dessas igrejas nos ajudará a compreender como as crenças acima são relativamente novas e, portanto, demonstram que não são a Igreja fundada por Cristo.
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Obviamente que alguns evangélicos não gostarão de conhecer alguns dados aqui apresentados, no entanto Jesus disse: "A Verdade vos fará livres" (João 8,32). Por isso, apresentaremos os fatos tal como se sucederam. Os dados foram obtidos a partir de muitas enciclopédias e livros de História que qualquer pessoa pode consultar recorrendo a qualquer biblioteca pública em qualquer país do mundo. Conhecer a História é fundamental para encontrar as raízes e qualquer pessoa que duvide daquilo que aqui escrevemos deve comprovar por si mesma em qualquer enciclopédia ou livro de História.
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Apresentaremos agora detalhadamente como se desenvolveram as igrejas, doutrinas e grupos evangélicos durante os primeiros dezesseis séculos:
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Século I - Nada, porque não existiam.
Século II - Nada, porque não existiam.
Século III - Nada, porque não existiam.
Século IV - Nada, porque não existiam.
Século V - Nada, porque não existiam.
Século VI - Nada, porque não existiam.
Século VII - Nada, porque não existiam.
Século VIII - Nada, porque não existiam.
Século IX - Nada, porque não existiam.
Século X - Nada, porque não existiam.
Século XI - Nada, porque não existiam.
Século XII - Nada, porque não existiam.
Século XIII - Nada, porque não existiam.
Século XIV - Nada, porque não existiam.
Século XV - Nada, porque não existiam.
Século XVI - Martinho Lutero, reformador protestante que com suas idéias semeou as bases para as futuras divisões: metodistas, anglicanos, episcopaliano, presbiterianos... Destes derivam os "evangélicos" atuais.
Esta é a realidade histórica de muitas doutrinas e igrejas que se vêem hoje em dia em todos os lados.
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Algumas dessas “igrejas”, grupos, seitas e agrupamentos chamam-se: Assembléias de Deus, Pentecostais, Homens de Negócios do Evangelho Pleno, El'Shadday, Elohim, A Pedra, A Porta do Céu, Aposento Alto, Batistas, Vinho Novo, Igreja Universal do Reino de Deus, Castelo do Rei, Luz do Mundo, Apostólicos da Fé em Cristo Jesus, Vida em Abundância, Adventistas do Sétimo Dia, Igreja do Evangelho Quadrangular, Igreja do Deus Vivente, Companherismo Cristão, Visão Mundial, Cruzada Estudantil, Cristãos, Igreja da Fonte, das Metas, Só Jesus Salva, A Pedra Angular, O Bom Pastor, O Calvário, Nazarenos, Igreja de Cristo, Igreja do Redentor, Cristo Vem, Igreja Bíblica, Fonte de Água Viva... e muitas outras que se encontram nas vizinhanças.
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Esta ausência de dados históricos sobre eles é possível comprovar lendo qualquer livro de História, onde não se menciona nenhuma dessas denominações durante todos os primeiros quinze séculos. Nem contra, nem a favor... Simplesmente não existiam.
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Jesus Cristo fundou a Sua Igreja há dois mil anos e DEPOIS alguns "homens" fundaram as suas "igrejas" conforme os seus próprios gostos. E, para "tampar o sol com a peneira", se autodenominaram "cristãos".
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Deus te abençoe e espero que você nunca esqueça desta pequena mas muito importante lição de História do Cristianismo.
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Se você é católico, dê graças a Deus por estar na única Igreja que Jesus fundou e decide a viver fortemente a fé para ser um autêntico cristão.
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Fonte: http://www.defiendetufe.org/ - Por Martin Zavala

quinta-feira, 29 de maio de 2008

AS IMAGENS NA TRADIÇÃO DA IGREJA

Na Encarnação do Verbo, Jesus Cristo mostrou aos homens uma face visível de Deus, que quis se servir de numerosos elementos sensíveis (imagens, palavras, cenas históricas…) para nos comunicar a Boa-Nova.

Os cristãos foram, então, compreendendo que segundo a pedagogia divina, deveriam passar da contemplação do visível ao invisível. As imagens, principalmente os que reproduziam personagens e cenas da história sagrada, tornaram-se “a Bíblia dos iletrados” ou analfabetos.

As imagens sempre foram usadas por Jesus e pelos Apóstolos como instrumentos eficazes e reveladores da realidade invisível: para anunciar o Reino de Deus usaram imagens de lírios, pássaros, sal, luz, etc., coisas que estimulavam a compreensão do abstrato através de imagens retiradas do mundo concreto. São Paulo também ensina que o Deus invisível tornou-se visível
em Jesus Cristo (cf. Cl 1,15).

A controvérsia iconoclasta, inspirada por correntes judaizantes e heréticas nos séculos VIII e IX, que condenava o uso das imagens, terminou com a reafirmação do culto dessas no Concílio de Nicéia II, em 787.

Os Reformadores protestantes rejeitaram as imagens por causa dos abusos do fim da Idade Média; Lutero, porém, se mostrou bastante liberal com as imagens; não as proibia. Ultimamente entre os luteranos a atitude diante das imagens tem sido submetida a revisão. Lutero disse em 1528:“Tenho como algo deixado à livre escolha as imagens, os sinos, as vestes litúrgicas… e coisas semelhantes. Quem não os quer, deixe-os de lado, embora as imagens inspiradas pela Escritura e por histórias edificantes me pareçam muito úteis… Nada tenho em comum com os Iconoclastas (quebradores de imagens)” (Da Ceia de Cristo).

S. Clemente de Alexandria († antes de 215) dizia que: “O próprio homem é a imagem viva de Deus”, eis o argumento que repete, acrescentando ainda um adágio freqüente na Igreja antiga: “Viste teu irmão, viste teu Deus” (Stromateis I 19 e II 15, PG 8,812 e 1009).

Os cristãos foram percebendo que a proibição de fazer imagens no Antigo Testamento era apenas uma questão pedagógica de Deus com o povo de Israel. As gerações cristãs foram compreendendo que a realidade da Encarnação do Verbo como homem, visível, indicava que eles deveriam subir ao Invisível passando pelo visível que Cristo apresentou aos homens. Assim, começaram a representar e meditar as fases da vida de Jesus e a representação artística das mesmas começaram a surgir como um meio valioso para que o povo fiel se aproximasse do Filho de Deus.

É relevante notar que já nas antigas Catacumbas de Roma, os antigos cemitérios cristãos, encontram-se diversos afrescos geralmente inspirados pelo texto bíblico: Noé salvo das águas do dilúvio, os três jovens cantando na fornalha, Daniel na cova dos leões, os pães e os peixes restantes da multiplicação efetuada por Jesus, o Peixe (Ichthys), que simbolizava o Cristo …

Note que esses cristãos dos primeiros séculos ainda estão debaixo da perseguição dos romanos. E eles faziam imagens e pintavam figuras. Será que eram idólatras por isso? É lógico que não, eles morriam às vezes mártires exatamente para não praticarem a idolatria, reconhecendo César como Deus e lhe queimando incenso. Ora, se os nossos mártires usavam figuras pintadas, é claro que elas são legítimas.

Nas Igrejas as imagens tornaram-se a “Bíblia dos iletrados”, dos simples e das crianças, exercendo grande função catequética. Alguns escritores cristãos nos contam isso. S. Gregório de Nissa (†394) escreveu: “O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente” (Panegírico de S. Teodoro, PG 94, 1248c).

S.João Damasceno, doutor da Igreja, grande defensor das imagens no Concilio de Nicéia II, disse:“O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem o é para os iletrados” (De imaginibus I 17 PG, 1248c).“Antigamente Deus, que não tem corpo nem face, não poderia ser absolutamente representado através duma imagem. Mas agora que Ele se fez ver na carne e que Ele viveu com os homens, eu posso fazer uma imagem do que vi de Deus.”“A beleza e a cor das imagens estimula minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo dos campos estimula o meu coração para dar glória a Deus” (CIC, 1162). “Como fazer a imagem do invisível? … Na medida
em que Deus é invisível, não o represento por imagens; mas, desde que viste o incorpóreo feito homem, fazes a imagem da forma humana: já que o inviável se tornou visível na carne, pinta a semelhança do invisível” (I 8 PG 94, 1237-1240).“Outrora Deus, o Incorpóreo e invisível, nunca era representado. Mas agora que Deus se manifestou na carne e habitou entre os homens, eu represento o “visível” de Deus. Não adoro a matéria, mas o Criador da matéria” (Ibid. I 16 PG 94, 1245s).

O Papa São Gregório Magno († 604), doutor da Igreja, escreveu a Sereno, bispo de Marselha, que ordenou quebrar as imagens:“Tu não devias quebrar o que foi colocado nas Igrejas não para ser adorado, mas simplesmente para ser venerado. Uma coisa é adorar uma imagem, outra coisa é aprender, mediante essa imagem, a quem se dirigem as tuas preces. O que a Escritura é para aqueles que sabem ler, a imagem o é para os ignorantes; mediante essas imagens aprendem o caminho a seguir. A imagem é o livro daqueles que não sabem ler” (epist. XI 13 PL 77, 1128c).

O Concílio de Nicéia II (787), com base nos sólidos argumentos de grandes teólogos como São João Damasceno, doutor da Igreja, reafirmou a validade do culto de veneração (não adoração) das imagens. O Concílio distinguiu entre Iatréia (em grego adoração), devida somente a Deus, e proskynesis (veneração), tributável aos santos e também às imagens sagradas na medida em que estas representam os santos ou o próprio Senhor; o culto às imagens é, portanto, relativo, só se explica na medida em que é tributado indiretamente àqueles que as imagens representam. Assim se pronunciaram os padres conciliares:

“Definimos… que, como as representações da Cruz…, assim também as veneráveis e santas imagens, em pintura, em mosaico ou de qualquer outra matéria adequada, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus (sobre os santos utensílios e os paramentos, sobre as paredes e de quadros), nas casas e nas entradas. O mesmo se faça com a imagem de Deus Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, com as da … santa Mãe de Deus, com as dos santos Anjos e as de todos os santos e justos. Quanto mais os fiéis contemplarem essas representações, mais serão levados a recordar-se dos modelos originais, a se voltar para eles, e lhes testemunhar … uma veneração respeitosa, sem que isto seja adoração, pois esta só convém, segundo a nossa fé, a Deus” (sessão 7, 13 de outubro de 787; Denzinger-Schönmetzer, Enchridion Symbolorum nº 600s).

Note, então, que muito antes da Reforma Protestante, a Igreja já tinha estudado o uso das imagens; isto foi há cerca de 750 anos antes da Reforma.

A sagrada Tradição da Igreja, sempre assistida pelo Espírito Santo (cf. Jo14,15.25; 16,12-13) sempre reconheceu o valor pedagógico e psicológico das imagens como um auxílio para a vida de oração.

Todos os santos da Igreja, em todas as épocas, valorizaram as imagens. Santa Teresa de Ávila († 1582), ao ensinar as vias da oração às suas Religiosas, dizia :“Eis um meio que vos poderá ajudar… Cuidai de ter uma imagem ou uma pintura de Nosso Senhor que esteja de acordo com o vosso gosto. Não vos contenteis com trazê-las sobre o vosso coração sem jamais a olhar, mas servi-vos da mesma para vos entreterdes muitas vezes com Ele” (Caminho de Perfeição, cap. 43,1).

Enfim, Deus não proibiu imagens de maneira absoluta; mas proibiu imagens de ídolos para serem adorados. Sabemos que uma meia verdade é pior do que uma mentira. Não se pode interpretar a Bíblia lendo apenas alguns versículos sobre um determinado assunto; é preciso ler todos os versículos da Bíblia que falam do mesmo assunto para que a interpretação seja correta. O perigo da interpretação fundamentalista é este: fixar os olhos em um único versículo e querer tirar daí uma interpretação definitiva de uma verdade religiosa. Cai-se no erro.
Prof. Felipe Aquino - Domingo, Outubro 28, 2007

Imagens

Diferença entre imagens e ídolos


Desde os primeiros séculos os cristãos pintaram e esculpiram imagens de Jesus, de Nossa Senhora, dos Santos e dos Anjos, não para adorá/las, mas para venerá/las.

As catacumbas e as igrejas de Roma, dos primeiros séculos, são testemunhas disso. Só para citar um exemplo, podemos mencionar aqui o fragmento de um afresco da catacumba de Priscila, em Roma, do início do século III. É a mais antiga imagem da Santíssima Virgem, uma das mais antigas da arte cristã, sobre o mistério da Encarnação do Verbo. Mostra a imagem de um homem que aponta para uma estrela situada acima da Virgem Maria com o Menino nos braços. O Catecismo da Igreja traz uma cópia dessa imagem (Ed. de bolso, Ed. Loyola, pag.19).

Este exemplo mostra que desde os primeiros séculos os cristãos já tinham o salutar costume de representar os mistérios da fé por imagens, em forma de ícones ou estátuas. É o caso de se perguntar, então: Será que foram eles ´´idólatras´´ por cultuarem essas imagens? É claro que não? Eles foram santos, mártires, derramaram, muitos deles, o sangue em testemunho da fé. Seria blasfêmia acusar os primeiros mártires da fé de idólatras.

No século VIII, sob influência do judaísmo e do islamismo, surgiu um movimento herético que se pôs a combater o uso das imagens. Eram os iconoclastas.

O grande e principal defensor do uso das imagens na época, foi o santo e doutor da Igreja S. João Damasceno (de Damasco), falecido em 749, o qual foi muito perseguido por se manter fiel e defensor dessa santa Tradição cristã.

A fim de dirimir as dúvidas sobre a questão, o Papa Adriano I (772/795) convocou o II Concílio Ecumênico de Nicéia, que se realizou de 24/09 a 23/10/787. Assim se expressou o Concílio, resolvendo para sempre a questão:

´´Na trilha da doutrina divinamente inspirada dos nossos santos Padres, e da Tradição da Igreja Católica, que sabemos ser a tradição do Espírito Santo que habita nela, definimos com toda a certeza e acerto que as veneráveis e santas imagens, bem como a representação da cruz preciosa e vivificante, sejam elas pintadas, de mosaico ou de qualquer outra matéria apropriada, devem ser colocadas nas santas igrejas de Deus, sobre os utensílios e as vestes sacras, sobre paredes e em quadros, nas casas e nos caminhos, tanto a imagem de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo, quanto a de Nossa Senhora, a puríssima e santíssima mãe de Deus, dos santos anjos, de todos os santos e dos justos´´ (Catecismo da Igreja Católica, nº 1161).

Essas palavras, por serem de um Concílio da Igreja, são ensinamentos oficiais e infalíveis, e não podemos colocá-los em dúvida. O grande S. João Damasceno dizia:

“A beleza e a cor das imagens estimulam a minha oração. É uma festa para meus olhos, tanto quanto o espetáculo do campo estimula meu coração a dar glória a Deus” (nº 1162).

O nosso Catecismo explica que:

´´A imagem sacra, o ícone litúrgico, representa principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova ´´economia´´ das imagens´´( 1159).

S. Tomás de Aquino (1225/1274) também defendia o uso das imagens, afirmando:

´´O culto da religião não se dirige às imagens em si como realidades, mas as considera em seu aspecto próprio de imagens que nos conduzem ao Deus encarnado. Ora, o movimento que se dirige à imagem enquanto tal não termina nela, mas tende para a realidade da qual é imagem´´( 2131).

Muitos querem incriminar a Igreja Católica, afirmando que ela desrespeita a ordem que Deus deu a Moisés : ´´não vos pervertais, fazendo para vós uma imagem esculpida em forma de ídolo...´´ (Dt 4,15-16).

Os cristãos, desde os primeiros séculos, entenderam, sob a luz do Espírito Santo, que Deus nunca proibiu fazer imagens, e sim ´´ídolos´´, deuses, para adorar. O povo de Deus vivia na terra de Canaã, cercado de povos pagãos que adoravam ídolos em forma de imagens (Baals, Moloc, etc). Era isso que Deus proibia terminantemente. A prova de que Deus nunca proíbiu imagens, é que Ele próprio ordenou a Moisés que fabricasse imagens de dois Querubins e que também pintasse as suas imagens nas cortinas do Tabernáculo. Os querubins foram colocados sobre a Arca da Aliança.

´´Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro... Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto e protegerão com elas a tampa ... ´´ (Ex. 25,18s, Ex 37,7; 1 Rs. 6,23; 2 Cr. 3,10).

´´Farás o tabernáculo com dez cortinas de linho fino retorcido, de púrpura violeta sobre as quais alguns querubins serão artísticamente bordados´´ (Ex. 26,1.31).

Que fique claro, de uma vez por todas, Deus nunca proibiu imagens, e sim, ´´fabricar imagens de deuses falsos´´ . O mesmo Deus mandou que, no deserto, Moisés fizesse uma imagem de uma serpente de bronze (Nm 21, 8/9), que prefigurava Jesus pregado na cruz (Jo 3,14). Também o rei Salomão, quando construiu o templo, mandou fazer querubins e outras imagens (I Rs 7,29). O culto que a Igreja Católica presta a Deus, e só a Deus, é um culto chamado ´´latria´´, isto é, de adoração. Aos anjos e santos é um culto chamado ´´dulia´´, de veneração. Maria, como Mãe de Deus recebe o culto de ´´hiper/dulia´´, super/veneração digamos, mas que está muito longe da adoração devida só a Deus.

São Pedro, ao terminar a segunda Carta falava do perigo daqueles que interpretavam erroneamente as Escrituras:

´´Nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras´´ (2 Pe 3,16).

Infelizmente isto continua a acontecer com aqueles que querem dar uma interpretação individual à Palavra de Deus, sem autorização oficial da Igreja, levando multidões ao erro. Só a Igreja é a autêntica intérprete da Bíblia (cf.Dei Verbum,10), pois foi ela que, inspirada pelo Espírito do Senhor (Jo 16,12), a compôs.

As imagens, sempre foram, em todos os tempos, um testemunho da fé. Para muitos que não sabiam ler, as belas imagens e esculturas foram como que o Evangelho pintado nas paredes ou reproduzido nas esculturas. E assim há de continuar a ser.

É claro que o culto por excelência é prestado a Deus, mas isto não justifica que as imagens sejam retiradas das nossas igrejas. Ao contrário, elas nos lembram que aqueles que elas representam, chegaram à santidade por graça e obra do próprio Deus. Assim, as imagens, dão, antes de tudo, glória a Deus.

Profº Felipe Aquino.
www.cleofas.com
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terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O SACRAMENTO DA CRISMA


1) O que é o Sacramento da Crisma?

Nascidos para a vida da graça pelo Batismo, é pelo Sacramento da Crisma que recebemos a maturidade da vida espiritual. Ou seja, somos fortalecidos pelo Divino Espírito Santo, que nos torna capazes de defender a nossa Fé, de vencer as tentações, de procurarmos a santidade com todas as forças da alma.Pelo Batismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.

Pelo Batismo nós nascemos, pela Crisma nós crescemos na vida da graça.

2) Matéria e Forma
A matéria do Sacramento da Crisma é o Santo Crisma, o óleo da oliveira (azeite), misturado com um bálsamo perfumado e abençoado solenemente pelo Bispo na Quinta-feira Santa. Essa matéria é usada pelo Bispo na cerimônia da Crisma, junto com a imposição da mão sobre a cabeça, quando o ministro traça o Sinal da Cruz com o Santo Crisma na fronte do crismando, dizendo as palavras da Forma.
A Forma do Sacramento da Crisma é: Eu te marco com o Sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Após realizar este gesto, o Bispo dá um leve tapa no rosto da pessoa, para significar que ela é soldado de Cristo, tendo o dever de suportar pacientemente, em nome de Jesus, toda sorte de sofrimentos e de injúrias, defender a Fé quando atacada e conhecer a doutrina.

3) Ministro da Crisma

O ministro do Sacramento da Crisma é o Bispo, pois é o pai de todos os fiéis, aquele que lhes confere a maturidade da vida da graça. Em caso de perigo de morte, um simples Padre deve crismar, pois é importante entrarmos no Céu com todas as capacidades de amor a Deus.
A Crisma não é absolutamente necessária para a salvação (uma pessoa não crismada pode ir para o Céu), mas é muito importante receber a Crisma desde cedo: só com a Crisma teremos no Céu a proximidade de Deus e a intensidade de amor que Ele quer nos dar. Além disso, só com a Crisma teremos todas as forças necessárias para vencer as tentações e caminharmos firmemente no caminho da perfeição. De modo que seria grave negligência dos pais se não preparassem seus filhos para receber este Sacramento da perfeição cristã.

4) Instituição da Crisma
Como sabemos que Jesus Cristo instituiu este Sacramento, se não aparece este fato no Evangelho?
Sabemos que verdadeiramente Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Crisma porque os Apóstolos administraram este Sacramento, como aparece nos Atos dos Apóstolos (Atos, 8, 14) e porque a Igreja sempre ensinou esta verdade. Vejam o que já ensinava S. Cripriano, Bispo martirizado no ano 258: “Os batizados serão conduzidos aos Bispos, a fim de, por sua oração e imposição das mãos, receberem o Espírito Santo, e pelo selo do Senhor, serem perfeitos.”

5) Quais são as graças que recebemos pelo Sacramento da Crisma?
Aumento da graça santificante.
Recebemos de modo novo e especial o Divino Espírito Santo, com seus sete dons sagrados.
Imprime o caráter de Soldados de Cristo.
A crisma, como o Batismo e a Ordem, imprime caráter, ou seja, marca de modo indelével nossa alma, de modo que nunca mais perdemos a marca de crismados. Por essa razão não podemos receber a Crisma mais de uma vez, como também o Batismo e a Ordem.

6) Quais são os sete dons do Espírito Santo que recebemos de modo especial na Crisma?
São eles:
1 – Temor de Deus
2 – Piedade
3 – Fortaleza
4 – Conselho
5 – Ciência
6 – Inteligência
7 – Sabedoria

Mais tarde, no estudo das Virtudes, vamos estudar cada um deles em particular. Por enquanto basta sabermos seus nomes.

7) Por que existem padrinhos para a Crisma?
Porque, como no caso do Batismo, é bom termos pais espirituais que nos apresentem à Igreja nesta ocasião tão importante, nos aconselhem nas lutas da vida, e rezem por nós. Por isso os padrinhos da Crisma devem ser bons católicos, terem sido crismados, tendo já idade suficiente para aconselhar seus afilhados.

Para terminar, devemos considerar que a Crisma é o Sacramento que aumenta o Amor de Deus em nosso corações. Aos sairmos da cerimônia da Crisma, como soldados de Cristo, temos nossos corações dilatados, abertos para muitas novas graças, capazes de amar a Deus com muito mais forças. É a ação do Divino Espírito Santo que realiza isso em nós.
Devemos estar atentos em deixá-Lo agir em nós, pois Ele vai nos guiar pelos difíceis caminhos da vida, vai nos encher o coração com muitas alegrias espirituais, com o gosto pela oração, com as forças para vencer as tentações. Só assim poderemos estar cada dia mais próximos do Coração de Nosso Senhor, para servi-Lo e amá-Lo para sempre.

OS VERDADEIROS CRISTÃOS PERSEGUIDOS HOJE EM DIA

Ajuda à Igreja que Sofre:

A Ajuda à Igreja que Sofre é uma organização internacional de ajuda pastoral da Igreja Católica, que auxilia financeiramente mais de 5 mil projetos por ano em todo o mundo. A AIS ajuda às igrejas pobres e perseguidas com oração, ajuda pastoral e assistência material.

Depois de um decreto em 1984 da Sagrada Congregação Vaticana para o Clero, a Ajuda à Igreja que Sofre foi reconhecida como uma “associação universal pública de fiéis”.

Toda arrecadação é distribuída em 145 países diferentes no mundo, provenientes de doação. A AIS não recebe nenhuma ajuda governamental ou de empresas, mas confia na generosidade de mais de 700 mil benfeitores espalhados pelo mundo.


ESTES SÃO OS VERDADEIROS CRISTÃOS PERSEGUIDOS HOJE EM DIA: http://www.aisbrasil.org.br/

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Veja como a Bíblia foi escrita:

Deus é o autor da Sagrada Escritura. “As verdades reveladas por Deus, que estão contidas e se manifestam na Sagrada Escritura, se consignaram por inspiração do Espírito Santo.” Ele inspirou os autores humanos dos livros sagrados.

A Tradição apostólica fez a Igreja discernir quais escritos constituem a lista dos Livros Santos. Esta lista integral é chamada “Cânon das Escrituras”. Cânon vem da palavra grega “kanon” que significa “medida, regra”.
O Cânon compreende para o Antigo Testamento 46 escritos e 27 para o Novo. Estes são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Ruth, os dois livros de Samuel, os dois livros dos Reis, os dois livros das Crônicas, Esdras e Neemias, Tobias, Judith, Esther, os dois livros dos Macabeus, Jó, os Salmos, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico, Isaías, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias, para o Antigo Testamento.

Para o Novo Testamento, os Evangelhos de Mateus, de Marcos, de Lucas e de João, os Atos dos Apóstoles, as Epístolas de Paulo aos Romanos, a primeira e segunda aos Coríntios, aos Gálatas, aos Efésios, aos Filipenses, aos Colossenses, a primeira e segunda aos Tessalonicenses, a primeira e segunda a Timóteo, a Tito, a Filemôn, a Epístola aos Hebreus, a Epístola de Thiago, a primeira e segunda de Pedro, as três Epístolas de João, a Epístola de São Judas e o Apocalipse.
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Quem mutilou a Bíblia:
Quem mutilou a Bíblia foi Lutero. Quando ele traduziu a Bíblia para o alemão, encontrando alguma passagem que contrariava suas opiniões, ele as cortava como não tendo valor. Foi o que ele fez, por exemplo, com a epístola de São Tiago.

Lutero dizia que, para se salvar, bastava a Fé, sem precisar praticar boas obras.

Ora, São Tiago, em sua epístola, diz o contrário.

Ensinou São Tiago:
"Vedes, pois, que o homem é justificado pelas obras, e não pela fé somente?" (Tiago, II, 24).

E mais:
"A Fé sem as obras é morta" (Tiago, II, 26).

Cortando e mutilando a Bíblia, Lutero e os protestantes caem sob a maldição da Bíblia que diz:

"Se alguém tirar qualquer coisa das palavras da profecia deste livro, Deus lhe tirará a sua parte do livro da vida, da cidade santa e das coisas que estão escritas nesse livro" (Apoc. XXII, 19).
Orlando Fedeli - Fonte: (site Montfort: http://montfort.org.br/index.php?lang=bra )
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Os protestantes retiraram 7 livros da Bíblia, que são chamados de deuterocanônicos, a saber: Eclesiástico, 1o. e 2o. Macabeus, Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria; eliminaram também trechos de Daniel e Esther.

As desculpas usadas foram as mais variadas, mas podemos reduzí-las a estas:

Houve disputa em torno dos livros deuterocanônicos no começo da Igreja, pois esses livros foram rejeitados pelos judeus por volta do ano 100, no Sínodo de Jâmnia; contra esse argumento, basta lembrar que os judeus também rejeitaram o Novo Testamento, e que portanto esse critério não pode ser tomado como válido; também, as causas da retirada dos livros são sempre por uma estreiteza e rigorismo do povo judaico, como por exemplo a necessidade do livro estar escrito em hebraico; também convém lembrar que houve livros disputados no Novo Testamento, como a Epístola aos Hebreus e a Segunda Epístola de São Pedro, por exemplo: se a disputa na Igreja Primitiva é sinal de que o livro não é canônico, então os protestantes deveriam retirar de suas bíblias também os livros disputados do Novo Testamento;
Os livros deuterocanônicos contém doutrinas rejeitadas pelos protestantes, como o purgatório, defendido claramente em Macabeus e o culto às relíquias no Eclesiástico; os protestantes caem em uma referência circular nesse caso, pois rejeitaram os livros porque tinham doutrinas que não aceitam; depois dizem que não aceitam as doutrinas porque estão em livros que não fazem parte da Bíblia! Note ainda que nem todos os protestantes concordam com o canon bíblico do modo como está hoje: Lutero chamava a epístola de São Tiago de "carta de palha", Calvino desprezava o Apocalipse, os atuais "testemunhas de iehoshua" (sic) não aceitam o Evangelho de São Mateus, e por aí vai...
A exclusão de livros da Bíblia é consequência do falso princípio luterano do livre exame da Bíblia: se cada um interpreta a Bíblia do jeito que quer, por que também não pode definir que livros aceitar como verdadeiros? São Francisco de Sales alertava
já no tempo da reforma que os protestantes haviam eliminado a Tradição e o Magistério da Igreja; depois rejeitaram vários livros, e que no fim acabariam por rejeitar a própria Bíblia. Sábias palavras de um grande santo.

Quanto às versões da Bíblia (Antigo Testamento), havia basicamente duas: a hebraica, que não tinha os livros deuterocanônicos, e a grega (ou Septuaginta) com os livros; é interessante notar que os judeus as usavam indistintamente, tendo ambas por canônicas. E também importa notar que das 350 citações do Antigo Testamento feitas no Novo Testamento, aproximadamente 300 são da Septuaginta. Ou seja: Cristo e os Apóstolos (e Evangelistas) usavam a Septuaginta, sem que nenhum judeu em nenhum momento opusesse qualquer obstáculo doutrinário ao seu uso. De fato, os judeus só irão optar pelo canon reduzido cem anos depois do início da era cristã, em uma reunião em Jâmnia.
In Jesu et Maria,
Marcos Libório.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Papa Bento 16

Ele está só. Mas está errado?

Bento 16 tem bons motivos para defender coisas tão estranhas
Texto Leandro Narloch

Pode alguém estar tão isolado do mundo atual quanto o papa Bento 16? Veja só: ninguém mais discute a importância da camisinha para prevenir a aids. Para o papa, porém, os católicos não devem usá-la nem devem transar por prazer. A nossa cultura também reconhece como uma conquista o direito das mulheres de se divorciar e comandar a própria vida, e a tolerância aos gays é um objetivo.
Não para o papa, que acha o feminismo bobagem, o divórcio "uma praga" e os gays um problema.

Tem mais: ele condena os padres que participam da luta social contra a pobreza e não dá a mínima para a convivência pacífica com outras religiões, como o islamismo. E, numa época em que todos lutam para atrair fiéis, eleitores, clientes, Bento 16 sabe que suas posições vão afastar os poucos católicos praticantes que restam, mas dá de ombros: uma Igreja Católica menor é exatamente o que ele quer.

Seria fácil dizer que o papa é um louco a esbravejar dogmas de sua instituição, se ele não tivesse argumentos interessantes, corajosos e a par do pensamento e da história do Ocidente.


Não é relativo

Joseph Ratzinger escolheu o nome de Bento 16 em homenagem a são Bento de Núrsia, fundador da Ordem Beneditina e padroeiro da Europa. No século 5, são Bento manteve a cultura cristã a salvo das invasões bárbaras. Assim, a Igreja pôde se espalhar pelo continente.

É mais ou menos o que Bento 16 quer fazer: manter a doutrina católica a salvo dos perigos da modernidade, para que a Europa possa voltar a ser cristã. Os "perigos da modernidade" podem ser resumidos em dois traços atuais que dilaceram a Igreja: a secularização (a distância entre a sociedade e a religião) e o relativismo moral, a idéia de que cada pessoa, cada crença pode atingir a verdade, e portanto ninguém é capaz de julgar o outro.

Para a Igreja, nada poderia ser pior. O relativismo torna fácil que pessoas comuns contestem as regras religiosas, põe em xeque a hierarquia e impede o avanço da Igreja pelo mundo. Se cada religião atinge sua verdade, por que um padre deveria converter hindus ao catolicismo?

Para combater o relativismo, uma corrente de cardeais do Vaticano, que o papa encabeçava quando era cardeal, defende que a Igreja reafirme sua doutrina. Em 2001, ele escreveu a polêmica declaração Dominus Iesus ("Senhor Jesus"), atacando a "mentalidade indiferentista, imbuída de um relativismo religioso que leva a pensar que 'tanto vale uma religião ou outra'".
No texto, ele afirma sem dó: o catolicismo é melhor que as outras religiões e só se pode atingir a verdade por ele.

Pensando assim, a Igreja deve seguir intacta, como guardiã dos valores cristãos. Se mudar, perderá sua identidade e não terá mais nada a oferecer. Se possível, deve voltar a ter missa em latim, como antes de 1962.
Precisa seguir fiel ao que acredita, mesmo que com ainda menos fiéis. No livro O Sal da Terra, uma grande entrevista dada em 1996 ao jornalista alemão Peter Seewald, o papa é categórico: "A era da Igreja de massas acabou".


Sem Deus

Se o relativismo abala os alicerces da Igreja, imagine o que faz a ausência da fé entre as pessoas. Essa característica moderna preocupa o papa não só porque ele é chefe de uma das maiores religiões do mundo, mas porque, como um religioso nato, não deve achar possível haver um mundo sem Deus.

O jeito moderno de pensar se baseia na idéia de que tudo pode ser resolvido pela razão. Para melhorar o homem, bastaria usar o conhecimento, a ciência, para reformar a sociedade, por exemplo trocando o capitalismo pelo socialismo, diminuindo a miséria etc.

Para o papa, porém, a razão não consegue aprimorar o homem, pelo contrário: "O progresso também é um progresso de possibilidades de destruição", afirma. "Somos mais difíceis do que nossa revolução moderna pensou", diz o filósofo Luis Felipe Pondé, professor de teologia da PUC-SP. Seguindo os conceitos essenciais do catolicismo, o papa acredita que o homem nasce mau, tem uma imperfeição estrutural. Portanto, precisa da religião e do temor a Deus.

A idéia de Deus como criador do mundo começou a desmoronar há cerca de 5 séculos. De lá para cá, Copérnico, Newton e outros gênios mostraram um mundo sem harmonia divina (e sim como um caos de forças que se batem), levando à conclusão de que o fato de vivermos é insignificante e casual. Com essa mudança, vieram perguntas estranhas. Se estamos aqui por acaso, por que temos que viver? Se não temos ninguém a obedecer, como saber o que é certo ou errado?

Para Bento 16, a fixação das pessoas em prazer, felicidade própria e liberdade vem dessa falta de sentido que a vida tomou.
"Se Deus não está presente, o mundo desertifica-se e tudo é insuficiente", diz em O Sal da Terra.

O papa acha que estamos obcecados por liberdade e essa obsessão estaria por trás da questão do aborto e do divórcio. O raciocínio é assim: se a minha felicidade importa mais, um filho é uma ameaça à liberdade, por isso deve ser abortado; um casamento que dure para sempre vira uma aposta grande demais.

"Se o indivíduo autônomo tem a última palavra, tem de poder querer tudo. Tenho de me agarrar ao meu bocado de vida, tenho de me realizar, e ninguém pode intrometer-se." No jeito católico de pensar, não importa se você viveu feliz, seguindo sua opção sexual ou viajando pelo mundo num veleiro. Sem acreditar em Deus, será um projeto que tende ao fracasso, à morte. Para escapar disso,
Bento 16 propõe que as pessoas voltem a ter fé. E também que parem de se preocupar tanto com si próprias. Quem não buscar se eternizar na família e enxergar o amor como um ato de renúncia estará perdendo tempo.

Então o jeito é voltar aos tempos antes de Copérnico? Não. O papa não nega as vantagens do progresso científico nos últimos séculos. Só considera que a ciência não é tudo. A ditadura da razão, para ele, é tão perigosa quanto o fanatismo religioso.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Santíssima Trindade. Está claro, evidente e provado!

Santíssima Trindade

“Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja, tentou exaustivamente compreender este inefável mistério. Certa vez, passeava ele pela praia, completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma. Até que deparou-se com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajeto curto, mas repetitivo. Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar; sucessivamente voltava, enchia o copo e o despejava novamente. Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer. A criança lhe disse que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho. No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar o intento. Aí a criança lhe disse: “É muito mais fácil o oceano todo ser transferido para este buraco, do que compreender-se o mistério da Santíssima Trindade”. E a criança, que era um anjo, desapareceu”…

Sendo assim:
A inteligência humana é muito limitada. As verdades que Deus revelou sobre si mesmo e que estão acima de nossa capacidade intelectual, se chamam mistérios.

Unidade e Trindade de Deus.

"Eu e o pai somos um" (Jo10, 30). "O Pai está em mim e eu no Pai" (Jo 10, 38).

"Para que saibais e reconheçais que o Pai está em mim e eu estou no Pai" (Jo 10, 38).

"Eu estou no Pai e o pai está em mim" (Jo. 14, 11).
"Antes que Abraão fosse feito, Eu sou" (Jo.8, 58).

Deus não pode mentir. Se Deus revelou que em Deus há o Pai, o Filho e o Espírito Santo, nisso devemos crer, embora não compreendamos o mistério da Trindade de Pessoas na unidade da substância.

O mistério da Santíssima Trindade está além da nossa compreensão, embora seja verdadeiro!

“No fogo há luz e calor, e essas três coisas são inseparáveis na unidade do fogo. Não é possível separar o fogo da luz e do calor. A luz permite que vejamos as coisas, e por isso a luz é símbolo da verdade que permite que conheçamos as coisas abstratamente pela verdade. Daí que digamos ao compreender algo: "agora está claro"; Porque a verdade esclarece. A verdade é luz intelectual. E o calor do fogo é símbolo do amor, enquanto a frieza é símbolo da falta de amizade.
Assim como no fogo há fogo, luz e calor, assim em Deus há o Pai, o Filho que é a luz de Deus, a Verdade, e o Espírito Santo, que é o Amor de Deus.
(site Montfort:
http://montfort.org.br/index.php?lang=bra )”



O Mistério da Santíssima Trindade é o mistério da fé por excelência.

Encontramos as suas raízes bíblicas ja no Antigo Testamento em Dt 6,4:

“…Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é UM SÓ!…”

Também encontramos outro versículo bíblico que narra essa afirmação:

“…Eu sou o Senhor e não há outro, fora de mim não existe Deus…” (Is 45,5)

Ou seja, dizendo existir apenas um único Deus, e Ele sendo um só e que fora Dele não havia outro, o Senhor já estava nos indicando que existia ali algo a mais. Esse algo a mais só viríamos a saber no Novo Testamento, quando Jesus afirmou:

“… Fazei discípulos meus em todos os povos, batizando-os em nome (singular) do Pai, do Filho, e do Espírito Santo…” (Mt 28,19)

Também lemos o que São Paulo disse:

“…Agraça do Senhor Jesus Cristo, a caridade de Deus e a Comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós…” (2 Cor 13,13)

Por fim temos o que nos ensina São João:

“Quando vier o paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também testemunhareis por que desde o princípio estás comigo” (Jo 15,26)

Como vemos o Senhor nos revela a Santíssima Trindade em sua Palavra! Está claro, evidente e provado.
Só não vê quem não quer!

“...e entretanto Ele me abriu os olhos”. (Jo 9,30)
A.F.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Da morte para a vida

Epístola aos Efésios
Capítulo 21.
E vós outros estáveis mortos por vossas faltas, pelos pecados
2. que cometestes outrora seguindo o modo de viver deste mundo, do príncipe das potestades do ar, do espírito que agora atua nos rebeldes.
3. Também todos nós éramos deste número quando outrora vivíamos nos desejos carnais, fazendo a vontade da carne e da concupiscência. Éramos como os outros, por natureza, verdadeiros objetos da ira (divina).
4. Mas Deus, que é rico em misericórdia, impulsionado pelo grande amor com que nos amou,
5. quando estávamos mortos em conseqüência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo - é por graça que fostes salvos! -,
6. juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos céus, com Cristo Jesus.
7. Ele demonstrou assim pelos séculos futuros a imensidão das riquezas de sua graça, pela bondade que tem para conosco, em Jesus Cristo.
8. Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus.
9. Não provém das obras, para que ninguém se glorie.
10. Somos obra sua, criados em Jesus Cristo para as boas ações, que Deus de antemão preparou para que nós as praticássemos.
11. Lembrai-vos, pois, de que outrora vós, gentios por nascimento - que sois chamados incircuncisos por aqueles que se dizem circuncida dos, os que levam na carne a circuncisão feita por mãos humanas -,
12. lembrai-vos de que naquele tempo estáveis sem Cristo, sem direito da cidadania em Israel, alheios às alianças, sem esperança da promessa e sem Deus, neste mundo.
13. Agora, porém, graças a Jesus Cristo, vós que antes estáveis longe, vos tornastes presentes, pelo sangue de Cristo.
14. Porque é ele a nossa paz, ele que de dois povos fez um só, destruindo o muro de inimizade que os separava,
15. abolindo na própria carne a lei, os preceitos e as prescrições. Desse modo, ele queria fazer em si mesmo dos dois povos uma única humanidade nova pelo restabelecimento da paz,
16. e reconciliá-los ambos com Deus, reunidos num só corpo pela virtude da cruz, aniquilando nela a inimizade.
17. Veio para anunciar a paz a vós que estáveis longe, e a paz também àqueles que estavam perto;
18. porquanto é por ele que ambos temos acesso junto ao Pai num mesmo espírito.
19. Conseqüentemente, já não sois hóspedes nem peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
20. edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus.
21. É nele que todo edifício, harmonicamente disposto, se levanta até formar um templo santo no Senhor.
22. É nele que também vós outros entrais conjuntamente, pelo Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus.